Lovestória

Uma tarde de domingo, depois de perambular por alguns clichês de BH, uma amiga me chamou para entrar num bar bem mais ou menos e eu, sem mais o que fazer mesmo, fui. Chegamos lá, fomos galanteadas por vários papos chatos que dão vontade de ligar o botão do sumiço. Teve um até que adivinhou meu peso e acertou na mosca! Oh, pobres rapazes indelicados que não sabem como tratar uma mulher... Em um momento chegou mais um deles, falando bobagens que não dava pra entender. Nem dei papo, deixei pra uma amiga resolver essa questão. Mas ele tinha um amigo calado, encostado na parede. Eu sempre penso que quem fala demais não tem nada a dizer, a meu exemplo que, quando estou sem assunto, acabo falando pelos cotovelos. Resolvi puxar conversa... Ou resolvemos mutuamente? Foi natural, tínhamos tanto assunto em comum, conversamos tanto que deixamos o beijo para o ultimo minuto.

Nem imaginava que veria de novo aquele cara bacana do barzinho, que eu nunca tinha visto antes, que era de uma cidade que eu nunca tinha ouvido falar, que tinha um irmão arquiteto, que tinha o nome do meu sobrinho, que tinha também um sobrinho amado, que era jornalista (acho chique), que morava sozinho há muitos anos (acho maduro), e que, por coincidência, morava a poucos quarteirões da minha casa e eu nem sabia!

Você não vai acreditar se eu te contar que eu tinha dado um cartão de visitas a ele no dia – quem sabe um dia ele precisaria construir uma casa, montar um restaurante, decorar um apartamento, abrir um negócio. Eita mulher profissional! – e ele me ligou. Alô, é o Bruno.Demorei alguns segundos pra lembrar que o carinha bacana assim chamava. Marcamos uma noite despretensiosa num café ao lado da minha casa e descobrimos mais algumas coincidências engraçadas. A partir daí passei um tempo esperando alguma mácula na nossa história de amor e nunca encontrei. Desisto! Nossas qualidades se encaixam, nossos defeitos também. Fazemos uma dupla de futuro!