terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sonhos

Durante toda minha infância sonhei em ser bailarina. Era algo que eu queria pra mim. Frequentava as aulas de balé com toda intensidade, levava a sério. Imaginava-me rodopiando ao som do piano, com a leveza de um beija-flor, o tecido da saia voando como cortinas ao vento, e eu exercitando o poder e a força da minha feminilidade.

Depois comecei a achar que isso tudo era sonho de criança, como os meninos que querem ser jogadores de futebol ou astronautas. Então comecei a querer ser escritora. Investi, escrevi bastante, li bastante, apreciei boa literatura com toda profundidade. Ler é um prazer imenso, porque é a hora de experimentar ser outra. É legal pensar que escrevendo, posso proporcionar a alguém a experiência de ser eu também.

Mas aí comecei a pensar que isso era sonho adolescente, como ir pra Bahia vender pulseirinha e sanduíche natural na praia. Então resolvi ser arquiteta. A arquitetura me deu tudo que eu ainda precisava e preciso: uma base sólida, a maravilhosa sensação de poder mudar o mundo para melhor e a definição da minha função por aqui.

Um dia, resolvi dar uma chance para a bailarina esvoaçante que tinha guardado na gaveta. Desembrulhei-a de todas as amarras que tinha feito para abafá-la e descobri que ela ainda dançava! Muita emoção, nada melhor que realizar um sonho de infância!

Hoje, estou querendo soprar a poeira que cobre a minha escritora. Balé, literatura, arquitetura, tudo isso no fim é a mesma coisa! Sou eu, experimentando construir a poesia acrobática de ser Ana Botafogo, Cecília Meireles e Zaha Hadid!

2 comentários:

  1. A literatura é a maior das artes. É a que é genuinamente humana. A que, provavelmente, depende de mais esforço para ser produzida e apreciada. Talvez por isso mesmo seja a mais prazerosa para mim.

    Me alegra ver você escrevendo. O problema é que me deixa mais vaidoso...

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  2. Nem preciso dizer que apoio, não é? Só vou discordar do Bruno quando ele diz ser a maior das artes e a que é genuinamente humana! É uma das maiores artes sim e, claro, genuinamente humana, mas não única! Enfim, AMO! Não dizem que para uma pessoa ser completa ela deve escrever um livro? Vambora então! Rs!

    Beijos!

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